Interesseiros vivos ou não...
Saber se uma informação transmitida via incorporação, psicografia ou
canalização é verdadeira depende muito de análises: se contém sentido racional, lógico e baseado em conhecimentos prévios e validados, se possui informações condizentes com as leis universais do bem e do amor incondicional, o que foi necessário
para obter tal informação, em que situação e porque essa informação foi transmitida (foi para paquerar ou surpreender alguém, para ganhar dinheiro ou outro favorecimento, para chamar atenção, ou por um motivo mais nobre?)...
Existem inúmeros casos de charlatanismo em que pessoas com certos
conhecimentos em psicologia e linguagem corporal, carisma, simpatia e, às vezes
até telepatia, podem fingir passar por fenômenos mediúnicos para ganhar
vantagens financeiras em troca. Não raro, essas pessoas usam tais habilidades
para seduzir e “conquistar” alguém. Um joguinho bem sujo por quem não tem
muitas outras habilidades, nem muita ética.
Essas pessoas falam coisas óbvias, coisas que todos querem ouvir, ou
coisas possíveis de deduzir por linguagem corporal, autoajuda barata, informações disponíveis na internet, fofoca e outros meios. A maioria delas cobra
por “seu” “trabalho” e amedronta suas vítimas por meio de ameaças discretas até extremamente óbvias. Aproveitam-se de carências e ânsias que
todos têm. Muitas vezes aparecem em nossas vidas sem serem chamadas, geralmente são vaidosas e não possuem humildade verdadeira.
Jamais pague qualquer valor
pré-definido por algo extrafísico, seja “vidência”, “desfazer”
“trabalhos”, obter mensagens, tomar um passe energético ou de descarrego, etc,
etc. Os seres de luz dão seu trabalho de
graça, sendo antiético cobrar por ser um intermediário deles.
Se você pensou que, no parágrafo anterior, faltou o termo “fazer
trabalhos”, lembre-se que um trabalho no bem, em qualquer sentido que envolva o
plano extracorpóreo, é feito por caridade e gratuitamente. Algo diferente
disso, como “simpatias para o ‘amor’," por exemplo, é magia negra, amarração, e
certamente terá graves consequências a quem o pede e a quem o faz.
A questão é sobre ter “bom-senso”, mas esse termo é muito relativo;
logo, explicações são necessárias.
Não importa muito o nome de quem “assina” a informação, mas sim seu
conteúdo de orientação e de ajuda real. Qualquer nome pode ser passado pela
entidade extrafísica. Ela pode inventar, mentir, omitir ou se passar por outra. Afinal, como comprovar? Assim fica fácil, né.
Muitas vezes, um fenômeno mediúnico real pode envolver uma entidade
extrafísica que não é necessariamente um guia, mentor ou espírito de luz; mas
sim, um espírito qualquer, um inimigo, alguém querendo apenas se divertir ou obter vantagens
(obsessor). Acontece também de o fenômeno ser anímico, e nem sequer mediúnico: quando o próprio conteúdo semiconsciente do médium é exposto em uma suposta incorporação que parece real até a ele mesmo. Os médiuns mais sujeitos a isso são os mais vaidosos, que se acham superiores aos demais, especiais ou com aprendizados suficientes (e, portanto, não precisam de nada, nem ninguém e já sabem tudo).
Desconfie de ações de "guias espirituais" como ficar fumando, bebendo muito álcool ou comendo doces com o médium fora de rituais adequados para isso. Desconfie de pessoas que parecem estar 24h "iluminadas" com seres superiores (isso costuma ser esquizofrenia). Mentores de Lei não fazem fofoca,
não jogam pessoas umas contra outras, não revelam segredos alheios, não se metem na
vida dos outros, não fazem chantagens, não esbanjam vaidades, não fazem o mal ou coisas inúteis e não paqueram ou facilitam
paqueras, não dão desculpas para o cometimento de crimes e não cometem assédios e abusos sexuais!
Lembremos também que nem sempre o que parece um fenômeno mediúnico realmente o é. É o caso de certas manifestações explicáveis pela psicologia e pela parapsicologia, de certos transtornos mentais e também do uso
de drogas ou consequências de seu uso prolongado.
Quando bate a saudade
Como prega a doutrina espírita, “o telefone toca de lá para cá”. Não
adianta alguém apenas querer receber uma comunicação, por exemplo, de um
parente desencarnado. Vários aspectos são analisados pela espiritualidade: se o
espírito vai ficar bem com a aproximação ao mundo material (se está mental,
espiritual e emocionalmente equilibrado para tal), quais serão as consequências
de determinadas comunicações em quem as receberá, se há merecimento, se há
necessidade, entre outras.
Não se pode forçar comunicações. Isso não faz o menor sentido prático e
respeitoso. Não é saudável ficar invocando o espírito que desencarnou: ele pode
não estar bem ainda e ser prejudicado com o sofrimento e dependência daqueles
que estão aqui. O importante é o trabalho de cada um consigo mesmo para que
haja maior aceitação da vida como ela é e da responsabilidade de cada um para
consigo mesmo.
O correto é que nada aconteça à revelia do médium ou sem seu
consentimento. Uma incorporação repentina, trancos involuntários, exposição à situações ridículas ou um espírito dominar o médium
ocorre porque não há o menor controle e equilíbrio (sequer psicológico) desse médium. Caso isso
ocorra, essa pessoa deve procurar ajuda num local espiritualista de confiança e psicoterapia (que não seja atrelada a religiões).
Estudar SEMPRE é bom!
O ideal é que o médium se coloque à disposição de seu mentor para
receber instruções quando estiver em um local calmo e preparado pata tal, e que, nesse momento, esteja disposto verdadeiramente a fazer o
seu trabalho como medianeiro para que
seja feita à vontade de Deus, de acordo com o merecimento de cada envolvido –
não a sua vontade.
O local é importante, pois além do profissionalismo e seriedade que
passam, possuem preparo adequado: pontos de firmeza, egrégora compatível, campos
de força, etc.
Quem vai transmitir a mensagem (entidade extrafísica) se aproveita do
conhecimento prévio que o médium disponível possui; assim, quanto maior for o conhecimento e abertura mental do médium, sem interferência
ou preconceitos de qualquer ordem, mais pura será a mensagem e atuação dos
espíritos. A postura de confiança e receptividade, por parte dos médiuns, em
seus mentores e na espiritualidade, é fundamental.
Pessoas preguiçosas e não estudiosas ou indisciplinadas não serão boas
mensageiras, pois os guias não fazem tudo sozinhos. Como é exemplo conhecido,
Chico Xavier não conseguiu tocar piano incorporando grandes artistas, pois ele não
sabia nem o que fazer com um piano em sua frente!
Informação adicional
O fato de muitas pessoas endeusarem médiuns ou
mensageiros desencarnados nos lembra que não
há verdade absoluta: nosso nível de inteligência, compreensão e percepção
são limitados ao momento evolutivo em que estamos. Toda mensagem recebida passa
pelos filtros de quem as recebe. Nossas possibilidades de transmissão são
limitadas e a capacidade de interpretação de cada um sempre depende de diversos
fatores como cultura, conhecimentos prévios, paradigmas, crenças e abertura e
permissão em receber.
Nenhum dos seus grandes médiuns que deixaram palavras em obras,
tinham a percepção absoluta, porém tinham a clareza de algo mais, e esse algo
mais, dentro do que captavam , foi deixado como um legado para ser ampliado e
usado para abrir novas portas para novas percepções mais avançadas.
Quando alguém expuser a sua mensagem,
a sua teoria, a sua verdade, não a tome como um elixir de salvação ou bem
estar, mas atenha-se, preste atenção ao teor do que aquilo desperta em seu
coração.
Não queremos fanáticos*, nem donos da
verdade. Mas apenas que sinta e
modifique-se, gerando boas ações, para que nesse momento haja um consenso, uma
verdade única - a sua - uma onda de energia que atinge as órbitas da verdade
coletiva do universo.
* Fanatismo é o retrocesso ao entroncamento de uma única verdade,
estática, imutável - algo que, portanto, não existe.
Enfim, esse tipo de informação ainda não é comprovada por método cientificamente aceito e confiável* de modo que fica muito fácil haver pessoas mal intencionadas ou muito desequilibradas psicologicamente falando um monte de baboseiras; portanto seja racional. Use sua inteligência e, na dúvida, busque a ciência, pois "somente a verdade o libertará".
*Eu creio que nossas tecnologias ainda evoluirão tornando isso possível algum dia. Nem tudo que não foi provado não existe. Mas: cuidado sempre!
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