Na maioria das vezes, temos certo
controle sobre algumas coisas e um controle menor sobre nós mesmos. Sobre o
outro e as circunstâncias e eventos à nossa volta, porém, não temos praticamente
controle algum.
Embora você até ache que controla
alguém, na realidade não controla, pode até exercer repressões e imposições
mediante ameaças e estímulos negativos ou positivos, mas controle, de fato, não
tem.
Nenhum? Nenhum! É neurose de um
grande número de pessoas a impressão de que controlam o mundo, mas, como disse,
pura neurose que não tem nada a ver com seu poder de ação.
Perceber que realmente não se tem
controle sobre quase nada do que nos rodeia costuma chocar muitas pessoas.
Temos controle sobre a expressão
do que sentimos, mas não controlamos o que sentimos, porque sentimos e pronto.
Sentimos raiva por vários motivos, e não podemos negar o que sentimos, mas
precisamos elaborar o que sentimos, direcionar nossas ações a partir dessa
elaboração, o que é bem diferente de controlar. Elaboração e direcionamento
adequados do que se sente exige aprimoramento do autoconhecimento e bom senso
segundo momento, local, companhias, etc.
Sobre ser controlado, deixamo-nos
ser por algumas regras da sociedade, por leis, por imposições alheias, mas ninguém
controla realmente a nossa forma de ser, de sentir e de pensar, pois são
conteúdos nossos. O controle acontece somente permitirmos.
Você se deixa controlar por uma
pessoa apenas se for submisso, dependente emocional, inseguro.
O “chute no balde” acontece quando
há saturamento ou esgotamento, ou seja, a pessoa cansa, seja do seu próprio
controle - via imposições e cobranças, quando tira toda sua espontaneidade e ela
entra praticamente numa morte existencial - ou quando ela não mais se deixa
controlar pelo outro, deixando de ser “legal” ou de atender às expectativas
alheias que não deseja mais atender ou nunca atendeu de fato.
O chute no balde acontece quando nos
cansamos de exercer um papel e queremos nos resgatar, ser espontâneos,
respeitando nossa individualidade e nossos valores internos. O estado de
saturação ocorre quando a alma se cansa. A contenção se acumula, gera uma
energia intensa com a qual se pode agir para se autopreservar ou para “explodir”:
falar e fazer coisas desequilibradas.
A dica é: respeite-se.
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