Controle X “chute no balde”


Controlar algo ou alguém, controlar-se, ser controlado...  

Na maioria das vezes, temos certo controle sobre algumas coisas e um controle menor sobre nós mesmos. Sobre o outro e as circunstâncias e eventos à nossa volta, porém, não temos praticamente controle algum.

Embora você até ache que controla alguém, na realidade não controla, pode até exercer repressões e imposições mediante ameaças e estímulos negativos ou positivos, mas controle, de fato, não tem.

Nenhum? Nenhum! É neurose de um grande número de pessoas a impressão de que controlam o mundo, mas, como disse, pura neurose que não tem nada a ver com seu poder de ação.

Perceber que realmente não se tem controle sobre quase nada do que nos rodeia costuma chocar muitas pessoas.

Temos controle sobre a expressão do que sentimos, mas não controlamos o que sentimos, porque sentimos e pronto. Sentimos raiva por vários motivos, e não podemos negar o que sentimos, mas precisamos elaborar o que sentimos, direcionar nossas ações a partir dessa elaboração, o que é bem diferente de controlar. Elaboração e direcionamento adequados do que se sente exige aprimoramento do autoconhecimento e bom senso segundo momento, local, companhias, etc.

Sobre ser controlado, deixamo-nos ser por algumas regras da sociedade, por leis, por imposições alheias, mas ninguém controla realmente a nossa forma de ser, de sentir e de pensar, pois são conteúdos nossos. O controle acontece somente permitirmos.

Você se deixa controlar por uma pessoa apenas se for submisso, dependente emocional, inseguro.

O “chute no balde” acontece quando há saturamento ou esgotamento, ou seja, a pessoa cansa, seja do seu próprio controle - via imposições e cobranças, quando tira toda sua espontaneidade e ela entra praticamente numa morte existencial - ou quando ela não mais se deixa controlar pelo outro, deixando de ser “legal” ou de atender às expectativas alheias que não deseja mais atender ou nunca atendeu de fato.

O chute no balde acontece quando nos cansamos de exercer um papel e queremos nos resgatar, ser espontâneos, respeitando nossa individualidade e nossos valores internos. O estado de saturação ocorre quando a alma se cansa. A contenção se acumula, gera uma energia intensa com a qual se pode agir para se autopreservar ou para “explodir”: falar e fazer coisas desequilibradas.

A dica é: respeite-se.

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