A
maioria de nós tem, dentro de sua psique, um um lado que a Gestalt-Terapia
chama de “eu cobrador”. É o lado perfeccionista e idealista ao extremo. Esse eu
cobrador foi introjetado por nós, em nossa infância, como defesa, sendo resultante
de cobranças, imposições, críticas e ameaças (veladas ou não) nos ambientes em
que crescemos.
Por
conta de um processo natural e defensivo, a criança entende que tem que ser alguém muito certinho e perfeito
para conseguir sobreviver naquele meio e não ser rejeitada ou abandonada. Esse
eu cobrador torna-se uma espécie de capa que a maioria de nós veste e usa em
todas as nossas ações.
No
processo de psicoterapia, quando proponho que é necessário aceitar os nossos
limites reais, não nos cobrando absurdos que não podemos realizar, se houver o
só “entender” (processo apenas intelectual), sobrará espaço para o eu cobrador
continuar a aparecer e ficar dizendo: “sei não, será que não dá mesmo?”, “Será
que não dá para dar um jeitinho?”...
Somente
quando uma pessoa aceita seus limites, racionalmente
e em seu sentir, ela cala a boca do eu cobrador e se
dá espaço para ser mais espontânea e respeitosa, pois passa a agir dentro do
seu real espaço de ação.
Aceitar significa
uma ter visão realista: o que se pode realmente - dentro dos limites verdadeiros
de cada um. Aceitar não significa acomodação, passividade ou submissão, mas,
sim, perceber o que se pode fazer, o que depende de nós, e o que não se pode
fazer ou não é possível mudar.
Somente
a aceitação real de algo ou de alguém (do outro como ele é) conduz à ação após
a correta reflexão: “apesar disso, o que realmente posso e quero fazer?”. Ao
se fazer este quetionamento, você estará em contato real com o seu bom senso,
com suas ações realmente possíveis e não com seu eu cobrador, perfeccionista e
idealista em cuja visão tudo é possível.
Imagem de http://www.eurekka.me/blog/
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