Sempre digo que você tem o direito de
dar altas desculpas para os outros, de omitir informações ou mesmo mentir em
certas situações em que falar a verdade vai gerar desentendimento ou encrenca...
Entretanto, o que não é legal é criar
desculpas para si mesmo; e o pior: acreditar nelas. Isto se chama
autossabotagem.
É muito fácil se sabotar; pois
carregamos crenças de cobranças, autoexigências exageradas, que geram pressões,
fazendo com que nossa natureza interior se ressinta por não ser respeitada
naquilo que de fato é: não nos respeitamos como somos.
Vamos a alguns exemplos:
1- A
pessoa que se queixa de que tudo que começa não consegue terminar – trata-se de
alguém perfeccionista, que se cobra acertar sempre, não ser criticado, dar
conta de tudo... ou que, de fato, não faz suas escolhas baseadas em seu desejo
verdadeiro, mas sim em atender padrões e cobranças dos outros e da sociedade.
Toda vez que sua natureza se sente
cobrada e pressionada, ela gera uma contrarresposta de mesma intensidade, só
que oposta; ou seja, a defesa da natureza a toda imposição é “NÃO, não querer
fazer.” E aí aparece o conflito entre o lado que cobra e o lado que se defende,
aparece o tédio, a preguiça, a postergação, o desânimo e, finamente, a desistência.
Assim, veja que tédio, desânimo e preguiça são
defesas e não estados. Existe sim o cansaço frente a canseiras e desgastes de
energia reais, mas este desaparece quando se descansa. Os estados defensivos
são resultados de pressão e cobrança.
O que fazer, então?
Sentir o
que realmente se quer e precisa fazer e bancar a decisão do “não quero” na boa,
se isso representar respeito à sua natureza.
2 - A
pessoa que se queixa de um relacionamento ruim, mas permanece nele por anos a
fio, sempre reclamando ou até mesmo achando que o outro é um grande inimigo que
pode prejudicá-la.
O que temos aqui: uma grande neurose, medo da solidão, medo de assumir
responsabilidade, medo de errar, indecisão por conta do medo de errar e das
possíveis críticas externas ou por não se enquadrar na tradição do meio em que
vive; medo do novo, do que ainda não aconteceu, com idéias de ansiedade e
catastrofismo; auto desrespeito por se sentir obrigado a cuidar de filhos que já
cresceram ou da saúde dos pais ou irmãos, sempre se colocando em segundo ou
último lugar na lista de prioridades e direitos; baixa autoestima; idéias de
não merecimento do que é bom, etc.
Assim, a pessoa permanece no que é
ruim, não se permitindo resolver a situação e tomar iniciativas positivas para
si mesma; afinal, a situação atual é conhecida: é ruim, mas é segura.
Resultado: nenhuma ação. Opção pelo
ruim.
Solução: autoconhecimento e um bom
processo de terapia para identificar os medos, ansiedades, entre outros.
3 - A
pessoa que tem um monte de idéias de fazer coisas, mas nunca as realiza.
Essa pessoa pode ser alguém que se
cobra o tempo todo. Sua natureza entende que tudo é uma grande cobrança, e
decidir se quer ou não sair para um passeio não é tão comprometedor que ela se
dá o direito de não ir.
Não tem problema nenhum nisso, desde
que ela não se sinta frustrada pelas suas próprias decisões; e se houver
frustração, deve-se rever as cobranças e idéias de obrigação diárias que a
estão saturando a ponto de entender que se
divertir também é cobrança.
Solução: sentir o que a deixa mais leve e bem.
O importante é sempre criar um bom
acordo consigo mesmo, sem críticas ou pressões, retirar toda ideia de obrigação
– os “tem ques”, para sentir o que
realmente se “quer e se pode” fazer.
O simples fato de retirar a ideia de obrigação já cria uma leveza, e sentir
o que se pode e se quer é muito importante, mesmo porque há muitas coisas que
podemos fazer e não queremos e vice versa.
O acordo respeitoso consigo mesmo é a
solução mais sensata!
Para
mais, acesse Matérias.
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